Arrependimento é graça. Autojustificação é desgraça.
Confiar na misericórdia de Deus é graça. Querer ser
justo com os próprios esforços é desgraça.
Amor é graça. Legalismo é desgraça.
Boas obras por ser salvo é graça. Boas obras para
ser salvo é desgraça.
Receber o perdão divino é graça. Carregar o fardo da
culpa é desgraça.
Estender a mão a quem cai é graça. Julgar aquele que
caiu é desgraça.
Dividir e compartilhar é graça. Reter apenas para si
é desgraça.
Comunhão é graça. Partidarismo é desgraça.
Alegrar-se com os que se alegram é graça. Inveja ou
ciúme é desgraça.
Chorar com os que choram é graça. Ser insensível à
dor alheia é desgraça.
Ficar ao lado de quem sofre, ainda que nada seja
dito, é graça. Ficar ao lado de quem sofre para julgar, cobrar e condenar é
desgraça.
Dar a outra face, deixar a capa junto com a túnica,
andar a segunda milha é graça. Desejar vingança, pagar com a mesma moeda,
retribuir o mal com o mal é desgraça.
Compreender e perdoar é graça. Ressentir-se e deixar
a mágoa criar raízes é desgraça.
Fazer o bem ao que está faminto, sedento, doente, nu
e preso, como quem faz a Jesus, é graça. Fazer o bem aos outros simplesmente
para vangloriar-se é desgraça.
Aceitar a vocação de todo o povo de Deus, sem
castas, hierarquias ou elites religiosas, é graça. Aceitar somente a vocação do
clero, do sacerdócio ou do episcopado é desgraça.
Conhecer as Escrituras, mesmo sem muitas informações
sobre as Escrituras, é graça. Acumular todas as informações sobre as Escrituras
e nada saber das próprias Escrituras é desgraça.
Levar a Bíblia na mente, mesmo sem carregá-la
debaixo do braço, é graça. Carregar a Bíblia debaixo do braço sem tê-la na
mente é desgraça.
Entender o espírito da letra é graça. Ler apenas o
que diz a letra é desgraça.
Servir ao Reino de Deus por amor a Deus é graça.
Servir a Deus por qualquer outra razão é desgraça.
Amar a igreja do Senhor por amar ao Senhor da igreja
é graça. Amar a igreja do Senhor sem amar o Senhor da igreja é idolatria, é
formalidade religiosa, é desgraça.
Adorar com fé e obediência é graça. Adorar apenas
para cumprir a liturgia fria e o ritualismo vazio é desgraça.
Orar e esperar a resposta de Deus, sabendo que do
Pai Celestial sempre recebemos as melhores respostas, é graça. Orar e impor uma
resposta a Deus é desgraça.
Dizimar ou ofertar a Deus com o coração agradecido é
graça. Dizimar ou ofertar para barganhar com Deus é desgraça.
Usar os dons espirituais para abençoar os outros é
graça. Usar os dons espirituais para autopromoção e autoexibição é desgraça.
Multiplicar os talentos para a edificação dos
membros do Corpo de Cristo é graça. Enterrar os talentos para preservar
vantagens e ganhos pessoais é desgraça.
Ser ministro de um projeto para a expansão do Reino
de Deus é graça. Ser ministro de um projeto para a expansão do próprio reino é
desgraça.
Pastorear o rebanho de Deus é graça. Manipular o
rebanho de Deus é desgraça.
Pregar a Palavra de Deus é graça. Pregar as próprias
palavras como se fossem Palavra de Deus é desgraça.
Chamar Deus de Pai e viver como filho do Pai é
graça. Chamar Deus de Pai e viver como filho do Diabo é desgraça.
Chamar Jesus de Senhor e fazer a sua vontade é
graça. Chamar Jesus de Senhor e desprezar a sua vontade é desgraça.
Reconhecer o erro e voltar atrás é graça. Querer
estar sempre certo e nunca ceder é desgraça.
Quebrantar o coração é graça. Endurecer o coração é
desgraça.
Voltar para casa, de coração contrito e quebrantado
como o do filho pródigo, é graça. Permanecer na casa, com o coração orgulhoso e
soberbo como o do filho mais velho, é desgraça.
Sinceridade com amor é graça. Sinceridade
despeitada, espinhosa e cruel é desgraça.
Repreensão com amor é graça. Repreensão enraivecida
e destemperada, que não passa de reação do orgulho ferido e da vaidade
ofendida, é desgraça.
Indignação com firmeza e mansidão é graça.
Indignação com violência e fúria é desgraça.
Renunciar a si mesmo, perder a própria vida e deixar
o grão morrer na terra para que dê algum fruto é graça. Encher-se de si mesmo,
salvar a própria vida e conservar o grão vivo na terra sem que haja qualquer
fruto é desgraça.
Ser uma nova criatura em Cristo é graça. Continuar
sendo a mesma criatura sem Cristo é desgraça.
Viver em Cristo, por Ele e para Ele, é graça, é
sempre graça, é pura graça. Viver sem Cristo, longe e fora dEle, não é viver, é
desgraça pura, não tem graça, não tem nenhuma graça.
O que, afinal, queremos ser?
Agraciados ou desgraçados?
Pr. Carlos Novaes
Pastor
da Igreja Batista de Barão da Taquara – Rio de Janeiro-RJ
carlospnovaes@gmail.com